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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Tristeza nas primeiras semanas de gestação. Isso é possível, por que ???

Você planejou a gravidez, sonhou tanto com o momento de ter em suas mãos o tão sonhado positivo, vem tentando engravidar a um tempão, talvez um tempo não muito longo, mas para você foi uma eternidade esperar até esse momento.
E você que talvez não estivesse tentando engravidar nesse momento, mas sempre sonhou em ser mamãe sem nenhuma objeção a isso, só queria esperar mais um pouco para ter no momento “certo”.

Então você se depara com o “positivo” em mãos, umas mamães são tomadas por uma alegria intensa, querem sair contando a todos para compartilhar essa alegria, até faz força para esticar a barriguinha que ainda não aparece e começa até a andar como uma patinha. Outras mamães tomam um choque com a notícia logo de cara.

E diante de tudo isso vem um sentimento de duas faces:

“Eu quero, mas não quero estar grávida!!!”

Por um instante tudo se torna vazio e um silêncio te cerca, seu mundo para e insistentemente passa um filme diante de seus olhos, é o seu futuro que parece aparecer para ti e você sente medo de imaginá-lo, não se sente capaz de ser mãe, ou talvez sinta que na verdade nunca quis ser mãe, talvez fosse somente uma fantasia de criança que brinca com uma boneca e depois muda de brinquedo, que não se tem uma responsabilidade de verdade.

E nesse turbilhão de sentimentos, vão aparecendo questões como:
 – O que há de errado comigo??? Eu não estou normal, será que isso que sinto é real???
 – Não pode ser, eu não posso rejeitar meu filho assim, eu tenho que amá-lo !!!

Além de estarmos sofrendo mudanças drásticas em nosso organismo, por questão dos hormônios, vou abordar também outros aspectos que acredito que são importantes para entendermos um pouco do que acontece conosco neste momento.

Nós aprendemos socialmente e culturalmente que devemos amar nossos filhos incondicionalmente e nos dedicar a eles de todas as maneiras, é uma cobrança muito grande da sociedade e cultura em relação a isso, principalmente nos dias de hoje, onde existem muitas mães que são solteiras não só por terem engravidado sem nunca terem se casado, mas ás vezes por não ter dado certo o casamento ou qualquer outra relação onde o “ex” é o pai do bebê, então essas mulheres além de ser mães, teêm que dar conta de tudo sozinha, não que isso seja impossível, mas não é tão fácil, nem tão simples.

E quando engravidamos temos que lidar com essa realidade, como "fato" e não mais como sonho, idealização, fantasia.

É o momento que "cai a ficha" do "Vou ser mãe"!!!

De certa forma passamos por um luto, o luto da perda de ser a filha, para ser mãe, a perda da independência de fazer o que quiser a hora que quiser, para se dedicar, a amar, cuidar e educar um ser que estamos gerando e dando vida.

E começam os questionamentos:

-Será que vou dar conta?
-Será que realmente estou pronta para ser mãe?
-Será que realmente estou grávida? minha barriga não está grande!!!
-O que será de meu relacionamento?
-Será que vai dar tudo certo?
-Será que meu bebê está bem? Mas que bebê se minha barriga nem cresceu!!!
-Entre outras milhares e milhares de dúvidas.

Cada pessoa se comporta e reage de uma maneira diferente da outra, cada um por seus motivos, por seu repertório de vida, por seus problemas, por seus desejos, cada um tem uma maneira de reagir, e isso não te faz melhor, nem pior que ninguém.

E quem disse que os sentimentos, as escolhas não podem ser ambíguas???

Quem disse que o sentimento deve ser 100% completo para “sim” ou para “não” ???

Como tudo na vida tem seu lado positivo e negativo, “ser mãe” também tem suas duas faces da moeda.

Em alguns momentos você vai amar ser mãe, em outros momentos você vai odiar ser mãe e não há nada de mal nisso, afinal somos humanos e esses sentimentos fazem parte de nós, esses sentimentos nos identificam como humanos, nos completam como humanos, nos fazem existir.

Não sinta culpa e viva tudo o que a vida tem para lhe oferecer !!!

Caso esses sintomas perdurem por muito tempo procure um especialista para te ajudar, compartilhe suas dores com outras mulheres que talvez passem por uma situação similar a sua, busque afago em sua família, amigos, religião, algum tipo de terapia ou atividade que te faça bem.

Beijokas no coração !!!

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